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Monge Genshô – A
Sangha é uma grande oportunidade, a comunidade onde trabalhamos. Nós devemos
nos perguntar a cada momento: “Quem é que? Quem é que dentro de mim ficou com
raiva? Quem é que dentro de mim se impacientou? Quem é que não aceita? Quem é
que não tolera os outros”? A cada momento você pode perguntar – “Quem é que”? E
quando você se der conta, meu ego, meu “eu”, ele enfraquecerá. Quem é que
dentro de mim, sente ou pensa? Que carrega tal ou qual sentimento? Quem é esse?
E você diga a você mesmo - É meu engano. Eu me engano. Eu estou dirigindo na
rua e alguém buzina atrás de mim, impaciente. Você deveria pensar, é como a
chuva, ou como o vento, nada é comigo. São simplesmente as emoções daquele ser,
nada é comigo porque não tem ninguém aqui para se incomodar. Então, se você
tiver essa postura, não haverá perturbação nenhuma. Se você não consegue isso,
pelo menos não faça nada, não diga nenhuma palavra, não reaja, não comente com
os outros e depois não comente com você mesmo, não pense nada, simplesmente
aceite que lá também não tem um “eu”.
Você está num barco
em um lago e tem um grande nevoeiro. Outro barco vem e bate no seu, você se
irrita porque o outro não está prestando suficiente atenção. Tem nevoeiro, tem
que prestar mais atenção. Então você olha dentro do outro barco e não tem
ninguém. É um barco vazio que o vento empurrou. Imediatamente sua raiva passa.
Porque lá não tem um “eu”. Pense – “Não há eu em ninguém, também não há eu em
mim, isso é só ilusão”. Esse é o primeiro passo. É uma boa estratégia. Quando
conseguirem não se importar com ninguém, então poderemos passar para o segundo
passo.
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Excerto do texto: "Não acreditem em mim - testem" de autoria de Monge Genshô.
Imagem: Monge Daitetsu
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