24 de setembro de 2012

O Rei da Mente


Hsin-wang-ming por Fu-yu (497-569)

Contemple a mente; este rei da vacuidade
É sutil e intruso.
Sem nome ou forma,
Ele tem grande poder espiritual.

Pode eliminar todas as calamidades

E realizar todos os méritos.
Apesar de sua essência ser vazia,
Ele é a medida dos fenômenos.

Quando você olha, é sem forma;

Quando você o chama, ele ecoa.
É o grande comandante do Dharma
Transmitindo os sutras através dos preceitos da mente.

Assim como o salgado na água do oceano, de cor transparente, 

Certamente está lá, mas sua forma é invisível,
O rei da mente também é assim,
Residindo no corpo.

Ele entra e sai diante dos seus olhos,

Respondendo aos fenômenos, seguindo as emoções.
Quando está despreocupado, sem obstrução,
Todos os esforços têm sucesso.

Quando você realiza a mente original,

A mente vê o Buddha.
Esta mente é o Buddha;
Este Buddha é a mente.

Todo pensamento é a mente de Buddha;

A mente de Buddha permanece no Buddha.
Se você deseja realizar isto em breve,
Esteja vigilante e disciplinado.

Os preceitos puros purificam a mente;

A mente então é Buddha.
Separado deste rei da mente,
Não há outro Buddha.

Se você deseja procurar o estado búddhico,

Não macule coisa alguma.
Apesar de a natureza da mente ser vazia,
A cobiça e o ódio são reais.

Quando você entra por esta porta do Dharma,

Sentando-se ereto, você se torna o Buddha.
Ao alcançar a outra margem,
Você atinge a perfeição.

Os verdadeiros aspirantes ao caminho

Contemplam a sua própria mente.
Sabendo que o Buddha está no interior,
Não há necessidade de procurar no exterior.

Bem agora a mente é o Buddha;

Bem agora o Buddha é a mente.
A mente brilhante conhece o Buddha;
O iluminado conhece a mente.

Separado da mente, não há Buddha;

Separado do Buddha, não há mente.
Aqueles que não são Buddhas não podem penetrar;
Não estão preparados para a tarefa.

Agarrar a vacuidade e bloquear a tranqüilidade

Resulta em flutuar e afundar.
Nem buddhas nem bodhisattvas
Estabelecem suas mentes deste modo.

O grande ser da mente brilhante

Despertou para este som sutil.
A natureza do corpo e da mente é maravilhosa;
Suas funções não precisam ser alteradas.

Assim, o sábio derruba a mente e a deixa ser.

Não diga que o rei da mente é vazio e sem essência;
Ele pode fazer o corpo
Fazer o mal e o bem.

Não existe, nem é não-existente.

Aparece e desaparece imprevisivelmente.
Quando a natureza da mente parte da vacuidade,
Ela pode ser sagrada ou profana.

Assim, imploramos uns aos outros

Que a guardem com cuidado.
No momento de se moldar,
Ele se reverte ao flutuar e afundar.

A sabedoria da mente pura

É tão preciosa quanto o ouro.
O tesouro de sabedoria do Dharma
Está dentro do corpo e da mente.

O tesouro do Dharma da não-ação não é superficial nem profundo.

Todos os buddhas e bodhisattvas realizaram este mente original.
Para aqueles cujas condições estão corretas,
Ela não é passado, presente ou futuro.

Verso da iluminação


A mão vazia segura a enxada.

Os pés andando, cavalgando o búfalo d'água.
O homem anda sobre a ponte,
A ponte flui, a água não flui.

Adaptado de Sheng-yen, The poetry of enlightenment: Poems by ancient

Ch'an masters. Elmhurst: Dharma Drum Publications, 1987. Pág. 15, 17-20.
Imagem: Shambhala Publications (http://www.shambhala.com/)

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