O Zenji Eihei Dogen (1200-1235), fundador do Soto Zen Japonês, disse:
Aprender o caminho de buda é aprender sobre si mesmo. Aprender sobre si mesmo é esquecer-se de si mesmo, é estar ilumindado por tudo, no mundo. Estar iluminado por tudo é deixar cair o próprio corpo e a própria mente.
É este deixar cair o corpo e a mente que leva a compreensão de que não existe uma entidade fixa chamada comumente de si mesmo. Só existe o espaço ilimitado, infinito, desobstruido. Nas palavras do Sensei Genpo, um mestre Zen dos nossos dias:
Este espaço, também chamado de "vazio" ou Shunyata, não é um mero vácuo, mas é real, pleno e existente. É a fonte da qual todas as coisas emanam e para a qual retornam. Não pode ser visto, tocado ou conhecido e, no entanto, existe como "Eu" e está sendo livremente usado por cada um de nós, a cada momento das 24 horas do dia. Não temos contornos, nem tamanho, nem cor, nem forma e, entretanto, tudo que vemos, ouvimos e tocamos é "ele".
Está além do nosso conhecimento intelectual e nunca será realizado pela mente racional. Em outras palavras, está absolutamente fora do nosso alcance. Quando somos subitamente acordados e compreendemos claramente que não existem nem nunca existiram barreiras, compreendemos que somos todos uma coisa só: montanhas, lua, estrelas, universo, somos todos o si mesmo.
Não mais existe uma divisão ou barreira entre o si mesmo e os outros, não mais quaisquer sentimentos de alienação, medo, ciúme ou ódio pelos outros, pois já se sabe e está comprovada a evidente realidade de que não existe nada separado do si mesmoe, portanto, nada a temer. Esta compreensão naturalmente resulta na "verdadeira compaixão". As pessoas e coisas não são mais vistas como separadas, mas como o próprio corpo.
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